quarta-feira, 10 de março de 2010

Desabafo sem fim.

Quero me desprender de mim, afogar as máscaras que não me deixam ser quem sou. Quero ser a minha consciência, a minha vontade, a minha ira, as minhas ideias, ser a pessoa que eu sou no íntimo dos meus pensamentos e opiniões. Por que nós camuflamos os nossos sentimentos? por que nós disfarçamos aquilo que mais gostamos? Medo, talvez. Medo do padrão da sociedade, medo de ser julgado, medo de ser ridículo, medo de ser mal interpretado, medo, medo, medo. Ahhhh esse sentimento que sufoca o meu "eu", que esmaga as minhas melhores vontades. Sim, porque as melhores vontades(aquelas bem perigosas) são aquelas que nos causam medo, angustia, receio... Ouço muito dizerem que crianças são puras, ou melhor, sinceras. E por que não ter mais essa sinceridade quando adulto que, por ventura, a tivemos um dia? A perdemos? esquecemos? modificamos? Fato que não é a mesma depois de alguns anos. Me refiro a essência da sinceridade e não a que, hoje, é dita da boca pra fora, aquela que podemos comparar a de uma criança (para quem estiver se questionando se sinceridade muda). Por que nos deixamos corromper pelo pudor da sociedade? as vezes eu adoraria dizer aquela "pessoa" que ela é arrogante e prepotente, mas não o faço, assim como muitas pessoas não o fazem (bem aventurado aqueles que o fazem), por que nós seres humanos temos o péssimo hábito de ver o errado, dar bom dia, e passar por ele despercebido, que não convém causar conflitos. Todo mundo quer estar bem com todo mundo, muitas vezes não estando bem consigo mesmo. As vezes alivia falar o que pensa, escrever o que pensa, cantar o que pensa, qualquer que seja a forma de dizer o que pensa, desde que o diga. Alivia até mesmo soltar aquele palavrão que substitui tantos outros xingamentos internos. Eu quero deixar esse espírito comedido que há em mim, quero deixar a falta de atitude, o monstro que é pensamento oculto, o medo de me envolver. O que eu mais quero é que o que eu mais quero me envolva.