domingo, 19 de fevereiro de 2012

17/02/2012

A ciabata que na verdade era sagatiba, Os almoços na aurora, A boa vista, O choque no chinês, O sex shop, O "tutu", A confraria do poeta, O garçom lindo, O velho tarado, O outro velho da coca cola, A quitanda do morgado que na verdade era quinta do morgado, O resgate ao hambúrguer da Mc Donald's, A melequeira com o mousse de limão, O jogo da verdade em Inglês, A cara de sociedade de Lay, O "porque a sua conversa eu entendo", O "sério mesmo minha gente" quando a gente não acreditava em algo que Lay dizia, O Veneza sem Brunna, As teorias sobre o porque das coisas, A procura aos apartamentos que na verdade era uma desculpa porque a gente não tinha o que fazer, O macumbeiro da sinagoga israelita, O chá de boldo(o melhor de todos), O " I said bang bang bangueribang I said bang bang bangueribang" (Lay tu não vai entender), O assalto ao banco Itaú que na verdade era uma mulher pregando, As conversas nos intervalos, A tensão da pseudo gravidez de Brunna, O " eu preciso comprar um CALÇADO", As várias conversas sobre o "orégano" Upss vou parar por aqui, mas poderia escrever um livro sobre tudo o que eu vivi com essas duas pestinhas em tão pouco tempo, e nem mesmo um livro seria o suficiente pra dizer o quanto a gente se divertiu esses últimos meses.

Três personalidades que, acredito eu, juntas, é quase que um quebra-cabeça desmontado.

As peças, que aparentemente não se encaixam, seria o que somos externamente, e a perfeita imagem formada, após colocada a última peça do jogo, seria o que somos internamente. Brunna com seu jeitinho moleca misturado com garota selvagem, lay com seu jeitinho manhosa de ser e seu sotaque de Itamaracá arrastado que só ela tem e eu com meu jeitinho ainda não sei definir de que, fomos o que eu poderia chamar de " um encontro de almas", pois sinto que em outra realidade, por mais clichê e herege que possa parecer esse sentimento, vivemos, sorrimos, choramos exatamente como o destino nos proporcionou nesta realidade.

Hoje, um pedacinho do quebra-cabeça ficou incompleto. E que estupidez do destino achar que ele fez algo de certo, acho que nem ele sabe aonde ele vai dar. Tomara que em algum lugar onde ele não possa ser incerto, incoerente e desagradável.

Uma vez alguém me disse que uma coisa quando é muito boa tem que acabar quando está no auge do sucesso, de modo que, cause a indignação e revolta das pessoas, tendo em vista que a única intenção seria a de tornar tal coisa inesquecível. O que seria bem melhor do que no final ela se tornar tão comum que pudesse passar despercebido e indiferente aos olhos daqueles que um dia a amaram. Lembra dos Mamonas Assassinas? The Beatles? Janis Joplin? Os Normais? Friends? Pronto... é disso que eu to falando. Então após alguns momentos de reflexão, essa foi a única explicação que eu encontrei pra o que, hoje, desmontou o quebra-cabeça. E quase que um conforto, porque só assim eu sei que por trás de toda indignação e revolta está o inesquecível. E se é pra ser inesquecível então que acabe agora, pois seria bem melhor do que... Enfim, vocês já sabem o que seria pior.

Bruninha my little girl, eu sei que você não está muito longe daqui e sei também que a qualquer hora que a gente te ligar pra um rolé você vai topar, mas nada, nunca vai se comparar aos 360 minutos garantidos que nós tínhamos todas as manhãs com você e que muitas vezes não foram aproveitados 100% porque o trabalho ocupou quase que 90% desse tempo, mas que só o fato de saber que você, assim como Lay, Bárbara, Raul e os outros estavam todos ali ao lado, já era o suficiente.Tu não sabe como tu vai fazer falta Brunna, até a tua risada de psicopata vai fazer falta hahaha, e não fica mais convencida do que tu já é porque eu disse isso ta? Hahahaha.

Pode ser que quando eu leia isso daqui a 10 anos novamente ache tudo uma tabaquisse ou qualquer outra gíria que esteja rolando em 2022, mas a intenção é de que, por favor, eu me lembre de como foi bom ter conhecido, gargalhado, bebido, brincado, chorado e vivido com cada um de vocês alguns dos melhores momentos da minha vida até meus 21 anos. Amo muito muito muito vocês e isso não é uma despedida, só uma forma de fazer vocês não esquecerem de mim, ainda que quando lembrarem de mim lembrem rindo por causa de toda essa choradeira aí que eu escrevi.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

Ela tinha essa complexidade, essa chama que ia da ponta do pé até o àpice da sua alma. Ela gostava de dança e nos seus movimentos de uma perfeição notável, leves, trabalhados, quase que como uma pena levada pelo vento ela encantava os olhos daqueles que à punham os olhos. Nos seu pés calejados via-se a paixão e dedicação que depositava na dança. Seu único e imensurável motivo de viver. Era capaz de ultrapassar seus limites físicos e psiccos para alcançar o que mais queria, a perfeição. Na ponta do dedo do pé, com as pernas cruzadas, joelhos esticados, os braços batendo simuladamente iguais o de uma ave e o tronco curvado em reverência, ela se despedia. Não da multidão que a via e apreciava lá de baixo, mas sim dela mesma. A vulnerabilidade do seu ser íntegro não distinguiu realidade de personagem. Ela amava demais o "papel" para distinguir. O único obstáculo em seu caminho era ela mesma.
Um viveria o outro morreria.
De um lado o cisne branco lindo, tímido, frágil, transbordando paz, bondade, serenidade, controle, técnica. Do outro lado o cisne negro. Esse, por sua vez, sombrio, frio, amedrontador, tentando extrair dela toda uma sensualidade maligna, coisa que ela não tinha, pois era clara a sua afinidade com o cisne branco. Ex o que a desafiou. Ela tinha que brilhar dançando o cisne negro. Entre uma tentativa e outra fracassada de incorporar o cisne negro ela ouvia repetidamente uma voz real que dizia: sinta, seduza-nos,paixão, ataque, ataque, vamos lá. Mas o cisne negro ainda estava distante, até perceber que precisava SER o cisne negro e não apenas uma descartável, mas esforçada, representação dele. Foi onde a sua obsessão pelo cisne negro enganou a realidade ao ponto dela não distinguir o que era real e o que não era real. Achou o negro branco quando na verdade o negro só se tornava mais negro e o branco só se tornava mais insensível. Este último, que ela fazia com perfeição, era o seu porto seguro de onde ela tirava sua única certeza e confiança. Mas ela ainda não tinha o que queria. A perfeição completa. A perfeição plena. Ela queria a perfeição de ambos os cisnes.
Certo dia acordou de madrugada transpirando e muito atordoada. Havia sonhado sobre uma garota transformada num cisne, mas seu príncipe se apaixonava pela garota errada e então... Ela se matava. Até que ponto a realidade havia se tornado o seu sonho? Devaneios, alucinações lhe corroíam o cérebro e por um ou alguns momentos pensava ser ele, lindo, vibrante, de olhos vermelhos, esbanjando uma sensualidade caracteristica do personagem. A epiderme e a pele entravam num processo de transição onde pele não era mais pele, era pena. Negra, brilhante, esvoaçante. Ela se transformava lentamente na sua obsessão. Se transformou profundamente na escolha daquele que morreria.
Do alto de onde estava, na ponta do dedo do pé, com as pernas cruzadas, joelhos esticados, os braços batendo simuladamente iguais o de uma ave e o tronco curvado em reverência, acompanhada por aplausos desesperados de satisfação, ela se jogava para um abismo sem volta. Na certeza de que sentiu a plenitude da perfeição. Nada mais importava. No chão rodeada por olhares de desespero, ela pronunciava algumas poucas palavras: eu senti, foi perfeito.
A sua insegurança lhe acompanhou até o final cuja obsessão pelo papel de rainha dos cisnes lhe tornou assustadoramente perfeita.

Quando se toca a perfeição a morte não dói.

Baseado no filme cisne negro de Darren Aronofsky.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

MuDança

Mudar, Para muitos nada, para mim Tudo.

De uns dias pra cá vim amadurecendo essa ideia, o mudar de fato. Não foi a toa que passei dois anos e meio da minha vida dizendo que eu ainda tinha tempo. Esse tempo já é chagado e eu não vou deixar passar, não mais.

É difícil a ideia de assumir responsabilidades e perceber que não dá mais pra brincar de jogo da vida (aqueles que você dança conforme a música ou que se nada der certo você vira hippie). Chega um momento de sua vida que você precisa ser algo, que você NECESSITA ser algo e depois de dois anos ou até trinta anos de arrependimento percebe que não lhe resta nada a não ser mudar. Mudança de pensamento, Mudança de atitudes,Mudança de hábitos, Mudança de visual ( por que não?). Mudar nos faz sentir vivos. Nunca deu certo comigo essas listinhas de inicio de ano que você faz com objetivos à serem alcançados. Tentei , mas não houve resultados e foi preciso eu me olhar no espelho e ficar diante dessa “estranha conhecida” para perceber que ela tinha potencial e que o mundo é pequeno em suas mãos. O mundo é pequeno em minhas mãos, eu posso , eu consigo são pensamentos que trago comigo desde que resolvi mudar. Mudar é vida, mudar é renovação. Mudar, mudança, mu dança, dança, dançar. Eu sempre quis aprender a dançar, por que eu nunca fiz antes? dançar é terapia, dançar é libertação da alma. Acho que vou começar a interpretar isso como um sinal. Comecei a juntar tampinha daqueles refrigerantes de lata, não para mim, mas para outra pessoa que desconheço. Soube que uma conhecida de uma amiga minha junta e a cada garrafa de dois litros cheias daquilo ela ganha cem reias para ajudar sua família. E pensei por que não fazer o bem sem saber a quem? Receber para compartilhar. Quando compartilhamos, segundo cabala, chegamos a plenitude. Plenitude essa que nos faz sentir completos, complexos, contentes, coexistentes, co existente, existência, humanidade, human idade, idade, velhice,tempo. Sem que ainda eu morra eu quero ser alguém, eu quero ser a mudança, eu quero ser a dança, eu quero ser o bem sem olhar a quem, eu quero ser a lembraça, eu quero ser uma pessoa melhor, eu quero me reconhecer no espelho.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Desabafo sem fim.

Quero me desprender de mim, afogar as máscaras que não me deixam ser quem sou. Quero ser a minha consciência, a minha vontade, a minha ira, as minhas ideias, ser a pessoa que eu sou no íntimo dos meus pensamentos e opiniões. Por que nós camuflamos os nossos sentimentos? por que nós disfarçamos aquilo que mais gostamos? Medo, talvez. Medo do padrão da sociedade, medo de ser julgado, medo de ser ridículo, medo de ser mal interpretado, medo, medo, medo. Ahhhh esse sentimento que sufoca o meu "eu", que esmaga as minhas melhores vontades. Sim, porque as melhores vontades(aquelas bem perigosas) são aquelas que nos causam medo, angustia, receio... Ouço muito dizerem que crianças são puras, ou melhor, sinceras. E por que não ter mais essa sinceridade quando adulto que, por ventura, a tivemos um dia? A perdemos? esquecemos? modificamos? Fato que não é a mesma depois de alguns anos. Me refiro a essência da sinceridade e não a que, hoje, é dita da boca pra fora, aquela que podemos comparar a de uma criança (para quem estiver se questionando se sinceridade muda). Por que nos deixamos corromper pelo pudor da sociedade? as vezes eu adoraria dizer aquela "pessoa" que ela é arrogante e prepotente, mas não o faço, assim como muitas pessoas não o fazem (bem aventurado aqueles que o fazem), por que nós seres humanos temos o péssimo hábito de ver o errado, dar bom dia, e passar por ele despercebido, que não convém causar conflitos. Todo mundo quer estar bem com todo mundo, muitas vezes não estando bem consigo mesmo. As vezes alivia falar o que pensa, escrever o que pensa, cantar o que pensa, qualquer que seja a forma de dizer o que pensa, desde que o diga. Alivia até mesmo soltar aquele palavrão que substitui tantos outros xingamentos internos. Eu quero deixar esse espírito comedido que há em mim, quero deixar a falta de atitude, o monstro que é pensamento oculto, o medo de me envolver. O que eu mais quero é que o que eu mais quero me envolva.